🌿 Morfologia
🌞 Condições de cultivo
🌍 Origem e família
🌾 Usos
Atenção: Apesar do cuidado na elaboração desta ficha, é essencial consultar diferentes fontes antes de usar ou consumir qualquer planta. Em caso de dúvida, consulte um profissional qualificado
Usos em permacultura
O Gossypium barbadense é cultivado principalmente pelas suas fibras de alta qualidade, utilizadas na produção de tecidos finos e luxuosos. As fibras podem ser utilizadas para fazer cordas, enchimentos e até mesmo papel. As sementes, embora necessitem de processamento para remover a gossypol (uma toxina), podem ser utilizadas como alimento para animais ou, após tratamento adequado, para consumo humano. As folhas e caules podem ser incorporados na compostagem, enriquecendo o solo. A planta também atrai polinizadores, beneficiando a biodiversidade do jardim.
Descrição Permapeople
Gossypium barbadense, também conhecida como algodão de fibra extra-longa (FEL), é uma espécie vegetal que produz algodão com fibras invulgarmente longas e resistentes.
Descrição botânica
O Gossypium barbadense é uma espécie de algodão nativa das regiões tropicais e subtropicais da América do Sul e das Caraíbas. É uma planta herbácea anual, geralmente com 1 a 3 metros de altura, embora possa atingir até 5 metros em condições ideais. Possui um caule lenhoso na base e ramos ramificados. As folhas são grandes, lobadas e de cor verde-escura. As flores são grandes, em forma de sino, e podem ser brancas, amarelas ou rosadas. O fruto é uma cápsula de algodão (bolota) que contém as sementes envoltas em fibras macias e alongadas. É conhecido pela sua fibra longa, fina e sedosa, superior em qualidade ao algodão comum (Gossypium hirsutum).
Consorciação
O Gossypium barbadense beneficia da companhia de plantas que atraem polinizadores, como a lavanda e o alecrim. Também se beneficia da presença de plantas que repelem pragas, como a manjericão e a calêndula. Evitar o plantio próximo de plantas da família das solanáceas (tomate, pimentão, beringela), pois podem atrair pragas que também atacam o algodão. A rotação de culturas é importante para evitar o esgotamento do solo e o acúmulo de pragas e doenças.
Métodos de propagação
A multiplicação do Gossypium barbadense é geralmente feita por sementes. As sementes devem ser semeadas em local quente e ensolarado, após a última geada. É importante preparar o solo com antecedência, incorporando matéria orgânica para melhorar a drenagem e a fertilidade. As sementes germinam em cerca de 7 a 10 dias. A propagação por estaquia é possível, mas menos comum e menos eficiente. A divisão de mudas também pode ser utilizada, mas requer cuidado para não danificar as raízes.
História e tradições
O algodão Gossypium barbadense tem uma longa história de cultivo nas regiões andinas da América do Sul, especialmente no Peru, onde era valorizado pelos Incas pela sua fibra de alta qualidade. Era utilizado para a produção de tecidos finos para a nobreza e para fins cerimoniais. Com a colonização europeia, o cultivo do algodão-egípcio espalhou-se para outras regiões do mundo, incluindo o Egito (daí o nome comum), onde se adaptou bem e se tornou uma importante cultura económica. Tradicionalmente, todas as partes da planta eram utilizadas pelas comunidades locais, desde as fibras para vestuário até as sementes para alimentação animal.
Calendário de uso
A semeadura é geralmente realizada na primavera, quando as temperaturas do solo atingem os 20°C. A floração ocorre no verão, entre junho e agosto. A colheita das cápsulas de algodão é feita no outono, entre setembro e novembro, quando as cápsulas se abrem e revelam as fibras. A poda não é geralmente necessária, mas pode ser realizada para remover ramos secos ou doentes. A planta é anual, portanto, a semeadura deve ser repetida a cada ano.