Pau-preto, Pau-ferro, Pau-de-corar, M'lala (Moçambique)
Dalbergia melanoxylon

🌿 Morfologia
🌞 Condições de cultivo
🌍 Origem e família
🌾 Usos
Atenção: Apesar do cuidado na elaboração desta ficha, é essencial consultar diferentes fontes antes de usar ou consumir qualquer planta. Em caso de dúvida, consulte um profissional qualificado
Usos em permacultura
A Dalbergia melanoxylon é uma árvore valiosa na permacultura por diversas razões. A madeira é extremamente densa e durável, ideal para construção de estruturas resistentes, ferramentas agrícolas e mobiliário de longa duração. As folhas podem ser utilizadas como cobertura morta, enriquecendo o solo com matéria orgânica. Em sistemas agroflorestais, a árvore fixa nitrogênio no solo, melhorando a sua fertilidade. A sua capacidade de tolerar solos pobres e secas torna-a adequada para áreas marginais. Tradicionalmente, a casca e as raízes são utilizadas na medicina tradicional para tratar diversas condições, embora a sua utilização deva ser feita com cautela e conhecimento.
Descrição Permapeople
Dalbergia melanoxylon é uma planta florestal da família Fabaceae, nativa das regiões sazonalmente secas de África, desde o Senegal até à Eritreia e para sul até ao norte da África do Sul. É uma árvore de pequeno porte valorizada pela sua madeira muito densa e dimensionalmente estável, utilizada na construção de instrumentos musicais.
Descrição botânica
A Dalbergia melanoxylon é uma árvore de folha caduca pertencente à família Fabaceae (leguminosas). É nativa de regiões da África Oriental e Austral, incluindo Moçambique, Zimbábue, África do Sul e Botsuana. Atinge alturas de 10 a 20 metros, com um tronco reto e cilíndrico. A casca é escura, fissurada e rica em taninos. As folhas são compostas, alternadas e com folíolos ovais. As flores são pequenas, perfumadas e de cor branca a amarelada, agrupadas em racemos. O fruto é uma vagem lenhosa que contém sementes. A madeira é de cor preta intensa, extremamente densa e pesada, o que lhe confere uma grande durabilidade e resistência ao ataque de pragas e fungos.
Consorciação
A Dalbergia melanoxylon beneficia de associações com outras árvores fixadoras de nitrogênio, como as acácias, que ajudam a melhorar a fertilidade do solo. A sua presença também pode atrair polinizadores, beneficiando outras plantas da área. Evitar o plantio próximo a plantas que necessitem de muita água, pois a Dalbergia melanoxylon é tolerante à seca e pode competir por recursos hídricos. A associação com plantas que repelem pragas também é benéfica, protegendo a árvore de possíveis ataques.
Métodos de propagação
A multiplicação da Dalbergia melanoxylon pode ser feita principalmente por sementes. As sementes necessitam de escarificação (quebra da dormência da semente) antes da semeadura, o que pode ser feito através de imersão em água quente ou raspagem mecânica da casca. A semeadura deve ser feita em substrato bem drenado e mantido húmido. A germinação pode ser lenta e irregular. A propagação por estacas é possível, mas menos eficiente. A árvore também pode ser propagada por rebentos, embora este método seja menos comum.
História e tradições
A Dalbergia melanoxylon tem uma longa história de utilização pelas populações locais da África Austral. A madeira é tradicionalmente utilizada para a construção de instrumentos musicais (como o mbira, um instrumento de teclado africano), esculturas, utensílios domésticos e armas. A casca e as raízes são utilizadas na medicina tradicional para tratar uma variedade de doenças, incluindo disenteria, febre e dores de cabeça. Em algumas culturas, a árvore é considerada sagrada e utilizada em rituais religiosos. A sua importância económica e cultural tem levado a preocupações com a sua conservação, devido à exploração excessiva.
Calendário de uso
A Dalbergia melanoxylon floresce geralmente entre os meses de abril e junho, dependendo da região e das condições climáticas. A produção de frutos ocorre entre setembro e novembro. A colheita da madeira pode ser feita durante todo o ano, mas é importante respeitar os períodos de crescimento da árvore para garantir a sua sustentabilidade. A colheita da casca e das raízes para fins medicinais deve ser feita com moderação e de forma a não comprometer a saúde da árvore. A plantação de sementes é idealmente realizada durante a estação chuvosa.